REIKI - Nas mãos da ciência

Pesquisas sérias apontam as vantagens reais da técnica à saúde.

Acredite: o enfeito esta longe de ser só psicológico.


Por volta do século 19,a medicina ocidental passou a definir os tratamentos contra todas as doenças sólidas. Que bom!

Tal postura, adotada até hoje,desmascarou terapias ineficazes e serviu de alicerce para o desenvolvimento de novos remédios,equipamentos, cirurgias e afins.

Mas, se trouxe avanços inegáveis a metodologia científica jogou para escanteio práticas com potencial benéfico só porque os estudiosos não conseguiram mensurar seus efeitos.

O reiki,técnica de imposição de mãos com a qual se crê ser possível captar a energia do universo e transmiti-la para alguém,sofreu com isso.

"Como boa parte da medicina oriental,o método era desacreditado porque não havia instrumentos modernos nem muito interesse em avaliar sua consequências"' diz Paulo de Tarso Lima,responsável pelo grupo de medicina integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein,em São Paulo.

A evolução da tecnologia e o recente despertar da comunidade científica para um conceito mais abrangente da saúde-a meta é viver bem,e não somente depelar males-fizeram o reiki ganhar atenção dos pesquisadores.

Na americana Universidade de Virginia,por exemplo,uma revisão sobre a sua influência na contenção da dor em pacientes com câncer ressaltou os resultados positivos.

"São necessários levantamentos adicionais para confirmar os achados,mas a princípio o reiki foi bastante eficiente na redução do incômodo"

Mas será que ele ajudaria a combater o tumor em si ? Segundo um trabalho do psicobiólogo Ricardo Monezi,da Universidade Federal de São Paulo,provavelmente sim.

Ele aplicou o reiki em ratos e,na sequência,analisou suas células de defesa " em comparação com o grupo de controle,esses animais apresentaram um sistema imune mais agressivo contra a enfermidade.E nem precisamos falar que bichos não acreditam em reiki" ironiza.

Verdade que nosso organismo não é idêntico ao dos roedores,contudo está aí um indicativo do poder da imposição das mãos.O simples fato de crer em determinado procedimento acarretará uma melhora na saúde já leva o corpo a ter reações positivas.

Por isso mesmo,em estudos sobre reiki com seres humanos,o desafio é justamente diferenciar o chamado efeito placebo de resultados reais.

Em outras palavras,verificar se a prática incrementa a saúde por sí só ou se um achado favorável é só fruto da imaginação. Com isso na cabeça, Ricardo Monezi decidiu testar o verdadeiro potencial da técnica no alivio da tensão .

Ele separou 25 idosos estressados para serem cuidados por terapeutas especializados em reiki.

Outros senhores na mesma situação receberiam,digamos,uma terapia falsa-os aplicadores simulavam os gestos e as posições das mãos,mas não haviam sido treinados e nem conheciam direito o reiki.


Detalhe: nenhum dos participantes sábia da diferença entre os grupos.

"Essa precaução evita que o placebo interfira nos dados encontrados,já que ambas as turmas imaginam estar recebendo o reiki,quando somente uma está recebendo para valer.Depois de 8 sessões,Monezi analisou as estatísticas.

Parece incrível,mas,embora todos os voluntários tenham relaxado aqueles tratados por mestres de reiki relataram uma tranquilidade maior e duradoura.Além disso,os músculos da testa desse pessoal ficaram menos rígidos,outro sinal que o nervosismo foi aplacado.

Aliás,apesar apesar da avaliação ter sido realizada em indivíduos da terceira idade, é provável que jovens apresentem resultados similares.

Apoiados em uma metodologia parecida com essa,investigadores da Universidade de granada,na Espanha notaram que sujeitos hipertensos atenuaram o quadro com sessões regulares de reiki. Também há trabalhos com diabete, epilepsia,depressão..." 

è óbvio que precisamos de mais informações,porém ao que tudo indica a técnica provoca bem estar em vários níveis,o que ainda não se conhece é a forma que isso ocorre.

Certas teorias mencionam uma energia eletromagnética que seria canalizadas pelos terapeutas.

Outros sugerem que a física quântica estaria envolvida nesse fenômeno.Independentemente disso,o fato é que alguns pontos chaves do corpo,onde os cuidadores devem colocar a mão em uma sessão de reiki- os chacras-coincidem com importantes glândulas.

E talvez,só talvez,a energia atue nesses órgãos,ocasionando um equilíbrio geral.


ALTERNATIVA OU INTEGRATIVA?

O sucesso do reiki não justifica sob nenhuma hipótese,seu uso no lugar da medicina tradicional.

"O ideal é integrá-lo com abordagens convencionais,caso contrário você corre os risco de não receber tratamento adequado para um tratamento,e então complicar-se sem necessidade."reforça Plínio Cutait,coordenador do Núcleo de Cuidados Integrativos do hospital Sírio-Libanês SP.

ENERGIA E RELIGIÃO


Usar as mãos para emitir energia positiva não é um conceito exclusivo do reiki,que é uma terapia.

A benção cristã,o passe espirita e o johrei,entre outros rituais religiosos,também se valem desse preceito,apesar de terem filosofias bem diferentes.Mas,entre tantas praticas com esse principio,o reiki é uma das mais estudadas pela ciência.

AS ORIGENS 


Embora tanta gente imagine diferente,o reiki é relativamente novo.Ele surgiu na década de 1920,quando o japonês,Mikao Usui (1865-1926) passou 21 dias no Monte Kurama,em seu pais,e lá,teria entrado em contato com uma forma de energia misteriosa e criado um jeito de propaga-la a outros.

A partir dai,Mikao Usui sistematizou o método e, junto com o médico Chujiro Hayashi (1880-1940) começou a ensina-lo a vários alunos.

fonte de texto: Theo Ruprecht (revista saúde)